Ópera de Pietro Mascagni interpretada pela Orquestra Sinfónica Portuguesa e pelo Coro do Teatro Nacional de São Carlos
Cavalleria Rusticana (em português, Cavalheirismo Rústico) é uma ópera em um ato de Pietro Mascagni, estreada a 17 de maio de 1890, em Roma.
Baseia-se numa novela com o mesmo título de Giovanni Verga e é geralmente considerada como a mais importante primeira obra do verismo, movimento que na ópera italiana foi o equivalente ao realismo ou naturalismo literário, pois procurava ilustrar a realidade social nua e crua, sem o filtro do amor que os românticos impunham como motor e visão do mundo.
A ação decorre numa aldeia da Sicília e nela se desenrola
uma sangrenta história de ciúme e morte, temperada com algumas das
características que o movimento realista procurava ilustrar, como fenómenos de
religiosidade exacerbada, descontrolo emocional, atraso civilizacional. Aqui
está patente uma visão puramente carnal, violenta e desapaixonada do amor.
Conta-nos a história de Santuzza, que vive amancebada com Turiddu.
Este interessa-se por
Lola, casada com Alfio, cujos desejos a levam a cometer adultério. Santuzza,
enlouquecida pelo ciúme e para se vingar, revela o facto a Alfio. Este,
resumidamente, desafia Turiddu para um duelo e mata-o à facada para vingar a
honra.
A ópera, de um dramatismo quase linear, contém um enorme apelo melódico que todos os públicos continuam a sentir. Os músicos na viragem dos séculos XIX para XX, saudaram-na como novidade. Quando surgiu, de facto, foi considerada "moderníssima" e acolhida entusiasticamente.
Vianna
da Motta, por exemplo, que assistiu em 1891 a uma récita da obra na Alemanha
(um ano após a estreia mundial) considerou-a um salutar contraponto ao
"envelhecido" Verdi, tendo deixado escrito: "Finalmente, começou
uma nova época na ópera, finalmente, apareceu algo de novo, original, livre de
imitação. Finalmente, a descoberta de novas terras, finalmente, uma nova
constelação."
https://www.rtp.pt/programa/tv/p46010
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