Cidade será em 2020
o centro do debate mundial sobre urbanismo e sustentabilidade
SILVIA AYUSO
Detalhe do Palácio
Capanema, no Rio de Janeiro. TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL
O Rio de Janeiro tem
um novo desafio diante de si. Em 2020, a cidade se tornará a primeira Capital
Mundial da Arquitetura, um projeto conjunto da Unesco e da União Internacional
de Arquitetos (UIA), que procura levar ao nível das comunidades o necessário diálogo
entre sustentabilidade e urbanismo.
“O Rio é uma fusão
admirável entre natureza e cultura, sua arquitetura antiga e moderna, o
resultado de uma criação inovadora desde meados do século XIX, o que a torna um
lugar de beleza excepcional que conquistou a admiração de muitos autores,
intelectuais e viajantes de todo o mundo", declarou o subdiretor-geral
para a Cultura da UNESCO, Ernesto Ottone, em uma cerimônia na sede da
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, em Paris.
Além disso, "é um exemplo bem-sucedido de revitalização do centro
histórico urbano, de um espaço público aberto a todos", disse ele sobre a
escolha da cidade brasileira, a terceira maior da América Latina.
"O Rio tem
todos os atributos para ser uma maravilhosa primeira capital mundial da arquitetura",
concordou o presidente da UIA, Thomas Vonier. "Que melhor cidade do que o
Rio para destacar os desafios que enfrentamos em nossa sociedade e em nossas
cidades com uma população crescente, jovem, que tem muitas necessidades, e com
muita gente vivendo em condições difíceis? A arquitetura e o design urbano
podem atender a esses desafios ao mesmo tempo em que protege o maravilhoso
legado e o meio ambiente?", ponderou.
O projeto das
capitais mundiais de arquitetura foi consolidado em novembro do ano passado
mediante um acordo entre a Unesco e a UIA. "A ambição desta iniciativa é
favorecer novas sinergias entre cultura e arquitetura para que se convertam em
um polo de ideias sobre cultura, ciência, meio ambiente e desenvolvimento em
geral", disse Ottone nesta sexta-feira. "É uma oportunidade para unir
nossos esforços e deixar, especialmente para as gerações futuras, cidades que
sejam uma realização humana e cultural capazes de construir um futuro",
acrescentou.
De acordo com
Vonier, a arquitetura tem muito a dizer neste repensar dos espaços urbanos do
futuro: "Nós vemos este programa como uma forma de demonstrar o poder da
arquitetura para enfrentar os graves problemas do mundo, em particular as
cidades. Queremos demonstrar como os arquitetos e a arquitetura podem nos
ajudar a lutar com os sérios problemas do meio ambiente e das necessidades
humanas em todo o mundo.”
A designação como
Capital Mundial da Arquitetura implica muitas responsabilidades. Durante um ano
inteiro, o Rio de Janeiro será o ponto de encontro de arquitetos, planejadores
e formuladores de políticas, mas também de artistas e escritores que irão
refletir sobre "os prementes desafios globais da perspectiva da cultura,
do patrimônio cultural, do planejamento urbano e da arquitetura".
O Rio também deverá
realizar vários eventos sob o lema proposto pela cidade: "Todos os mundos.
Um só mundo". Todos estarão ligados ao Objetivo número 11 da Agenda 2030
para o Desenvolvimento Sustentável da ONU: "Fazer com que as cidades e os
assentamentos humanos sejam inclusivos, seguros, resilientes e
sustentáveis." E a cidade também sediará o Congresso Mundial da UIA, que é
realizado a cada três anos.
Em uma mensagem de
vídeo, já que não pôde viajar para Paris, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo
Crivella, confirmou o compromisso de toda a cidade e suas autoridades de
"de transformar o ano de 2020 em um marco na história cultural da
cidade". Além da visibilidade internacional, teremos a oportunidade de
ampliar a relação de pertencimento dos moradores da nossa cidade com o seu
patrimônio histórico e arquitetônico, difundindo e preservando esse acervo”,
disse ele.
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/01/18/cultura/1547825736_803900.html
No hay comentarios:
Publicar un comentario